terça-feira, 31 de março de 2009

PASSAGEIROS

Passangers não é um bom filme. O espectador sai um pouco frustrado do cinema, afirmando que o enredo é muito fraco. A atriz Anne Hathaway é linda , lembra, um desenho. É como se ela já viesse estilizada, com olhos enormes e lábios bonitos. Literalmente possui uma bocona. Mas, no conjunto seu rosto pode parecer muito magro e ela é sempre a mesma. Parece-me que seu melhor papel foi o de Andrea, a Andy, de O Diabo Veste Prada.

A cena inicial mostra o pânico dos passageiros no desastre de avião, que é o tema do filme. Mas não é exatamente sobre isso, que trata Passangers, mas do trauma causado nos passageiros sobreviventes. Ou pelo menos é isso que o diretor mostra, nos limites da charada que propõe ao espectador.

Claire (Anne Hathaway) é uma psicóloga encarregada pela empresa aérea, de ajudar os sobreviventes a superar os traumas do acidente, e fica nisso. Não passa nem perto do verdadeiro drama dos familiares, como o caso do vôo 3054, da TAM, em 17 de julho de 2007.

Todos os passageiros estão com problemas, vêem e sentem que estão sendo espionados. Desconhecidos aparecem no fundo da tela, espreitando-os. Um desconhecido está sempre passando, desesperado. Um senhor idoso passa e observa Eric Clarck, o jovem sobrevivente. Ele surge em outras cenas. Alguns sobreviventes deixam de comparecer à sessões de terapia, desaparecem.

Eric ficou eufórico após o acidente. Claire alerta que seus problemas ainda não emergiram. Os dois têm um caso de amor. A jovem psicóloga tropeça na ética e “cross the line with him”, como ela mesma percebe. Afinal Claire subverte a relação terapeuta-paciente.

Mas o espectador perde mesmo a paciência quando Eric resolve pintar, espantar seus fantasmas, tal qual Pollock, ele pinta de azul a parede do quarto, freneticamente. Pega a mão de Claire para que ela pinte! Jesus! Manso e humilde, fazei meu coração semelhante ao vosso! Dai-me paciência com os falsos Pollocks.

Quando Claire conta seus problemas de relacionamento com a irmã, Eric sugere que ela poderia morrer a qualquer momento, sem ter dito à irmã que a ama. É preciso procurá-la para fazer isso. A irmã de Claire nunca atende à porta. A jovem deposita um buquê de flores na varanda. As flores permanecem intocadas, não acontece nada, o tempo passa.

A idéia é que tudo pareça um sonho mau, daqueles em que as coisas estão para acontecer, se repetem, mas não acontecem. A vizinha de Claire, Toni (Dianne Wiest) surge de repente em seu apartamento, a qualquer hora do dia ou da noite, sabe de tudo sobre sua vida, aparece e some de repente. Perry o colega de Claire, a protege, houve seus problemas. Em uma cena, ele e Toni estão juntos e observam Claire, como é possível?

A psicóloga luta contra Arkin, o representante da empresa. O sinistro personagem aparece de repente, até que o espectador começa a esperar por ele. Sabe ele vai surgir do nada, falando que o piloto era o culpado, que nem sequer estava na cabine na hora do acidente, seria verdade?

Afinal, sempre culpam o piloto que está morto. O ator é David Morse, ele é assustador mesmo! Lembram? É o mau vizinho que rouba a cega Bork, em Dançando no Escuro; é também o vizinho assassino do filme Paranóia (Disturbia), que tenta matar Kale ( Shia La Boeuf) e sua mãe .

O filme desvenda todo o drama de Eric, cuja euforia vem a ser substituída por um verdadeiro drama, como a psicóloga sugeria. Claire e Eric têm uma doce relação de amor. Ele revive o drama da queda do avião, sente-se como alguém que nasceu de novo. Mas precisa jogar-se na água gelada do rio à procura de emoções para sentir-se vivo!!!

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