quarta-feira, 4 de março de 2009

VICKY CRISTINA BARCELONA

Duas amigas em férias em Barcelona conhecem e se aproximam de um sedutor pintor, que teve um relacionamento problemático com a ex-esposa. Dirigido por Woody Allen, com Javier Bardem, Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Rebecca Hall e Patricia Clarkson .

Não gostei. É cansativo, tudo demora muito para acontecer. E o pior, eu enjoei o Javier Bardem. Ainda bem que para mim e para os outros posso dizer, pois não tenho compromisso com esse ator, nem com o Allen. Me parece que o Woody vive uma vidinha sofisticada em Nova York, com seu grupinho de gente famosa, com os seus probleminhas psicológicos. E o filme termina por retratar esse mundinho. Fala das pessoas da vida do Woody.

Ninguém tem problemas de falta de dinheiro. Quando as duas moças chegam à Barcelona vão almoçar (ou jantar?) em uma casa com um grande terraço, mostrando como os anfitriões são pessoas ricas.

Às vezes até é engraçado, como quando a Penélope Cruz fala em espanhol e parece tão louquinha quanto a minha ex-vizinha Cenira; e o Bardem diz que é para ela falar em inglês. De resto, nem valoriza tanto a bela Barcelona. Fala um pouquinho nas diferenças entre americanos e europeus, mas nada muito profundo.

O diretor discute relacionamentos amorosos. Todo mundo se relaciona amorosamente. Nessa área é tudo muito fácil para o Woody, os pares se trocam, o pintor diz de cara que vai dormir com as meninas e o espectador sabe que isso vai acontecer. Tudo é previsível, é claro que o personagem do pintor era alguém muito louco, uma criatura douda e irresponsável? que estava irremediavelmente ligada à ex-Penélope, mais doida ainda do que ele. Será que Woody quis dizer que na Europa as pessoas são assim? Despirocadas, fora da casinha e que no final é melhor investir em americanos, como o marido da Rebecca? Se as duas soubessem ou abrissem os olhos no início nem teria filme.

Ele aborda delicadamente o homossexualismo feminino, Penélope e Scarlett Johansson se beijam com tanta delicadeza que até parecem uma obra de arte. E o ménage a trois, ele sugere mas não mostra. Aí o diretor é mesmo muito delicado.

E o que mais eu senti foi a falta daquele clima engraçado que o diretor criava nos outros filmes quando os personagens faziam coisas proibidas, como entrar sem autorização no apartamento do vizinho, que os personagens achavam que tinha matado a mulher (Um misterioso assassinato em Manhattan); ou procurar as fichas das crianças remexendo as coisas em arquivos proibidos ( Poderosa Afrodite), tudo era muito engraçado e dava um frisson na gente. Ele criava um suspense de morrer de rir, um Hitchcock engraçado.

Ou ainda quando umas pessoas dançavam com túnicas gregas, como que anunciando um espetáculo na Grécia, isso era o máximo. Neste filme, pelo contrário o que mais encheu o saco foi o narrador. Tudo me pareceu meio falso e devagar. O que eu esperava não aconteceu...

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